quarta-feira, 17 de junho de 2009

Muro de Concreto

Muro, de concreto
inabalável
incomparável
inacabável.

Um muro alto,
chega aos céus,
atravessa nuvens
e fere os anjos

um muro grosso
nada passa por ele
rancor, amizade, vida, morte
tempo, vento, chuva ou Sol

Ali pelo muro,
um jovem casal descobriu o amor,
que belo começo,
e também seu fim, tão trágico.

Dentro do muro colocaram tesouros
que encheriam qualquer um de orgulho
moedas de ouro, a resposta da vida, do universo e tudo mais,
amor, carinho e uma calcinha usada.

Um muro longo
chega onde quer,
atravessa os oceanos, montanhas e planícies
ou só a avenida do bairro.

O muro não tem razão,
sabe que ninguém o construiu,
está lá hoje só por estar, e, amanhã,
não está mais.

Veja, o muro têm grandes buracos
onde famílias de ratos fazem morada,
procriam e se disseminam
pelas escuras entranhas do muro

Dentro do muro também moram
baratas, cupins, escorpiões
rancor, ódio, hipocrisia,
todo tipo de praga.

O muro tem vontade própria,
pode facilmente purgar toda praga
mas acha que é só um muro
de concreto, ali, parado.

O muro sucumbe às pragas
fica baixo, insignificante
pequenino, frágilizado pela doença
e vira uma pilha de tijolos.

Assim morre um muro, antes, o glorioso muro de concreto
que agora é uma insignificante ilha de tijolos podres
que foi tomado pela doença, esmoeçeu e pereceu
a culpa é só dele, que pensou que era só um muro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário